Por Rubens Amador
Jornalista
[email protected]

Conspícuos cidadãos surgem de vez em quando, e somem logo ali, sempre pensando - há vários anos - trazerem de volta o jogo livre para o Brasil! Frequentemente este tema horrível é ventilado de formas sutis, de introduzirem, o que dizem seus apoiadores, é apenas: arriscar-se a ganhar uns cobres, pagando impostos! Inocente assim. O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (DEM) disse há pouco em Londres, "que legalizar jogo de azar e apostas esportivas é caminho para arrecadação sustentável" no Brasil. Que Sua Excelência perdoe-me, mas discordo democraticamente de sua pessoa.
Dizem nas entrelinhas que esta seria uma forma de arranjar dinheiro que em passado recente também dizem que foi surrupiado. Pensem um pouquinho: será que as nações da Europa e Ásia que foram destruídas na Segunda Guerra Mundial se recuperaram através do pano verde? Ou foi com trabalho, firme coragem e disposição honesta que lograram sair do atoleiro em que ficaram depois de bombas e mais bombas? Agora certos cidadãos detentores de mandatos para defenderem o povo, são capazes de fazerem claramente lobbies do jogo. Senão vejamos: Em outubro, o Ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, o senador Ciro Nogueira (PP-PL), e a Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional do Senado aprovaram um projeto de lei que cria regras para exploração dos jogos, que será analisado pelo plenário e se aprovado vai à Câmara. (Diante das "contas públicas" no vermelho, Dilma Rousseff também trabalhou para reabrir os cassinos e contar com os impostos incidentes sobre os jogos).

Senhores pais: fiquem alertas. Parece que desta vez vieram com força! Aos senhores pais desejo que desde já mostrem aos seus filhos o que é o jogo. Aqui em Pelotas, há anos, um conhecido e respeitado cidadão, caixa de um dos nossos bancos, ao saber que haveria uma revisão geral, não podendo devolver ao banco o dinheiro que roubou para jogar, suicidou-se! Os conterrâneos mais antigos sabem bem desta história, e outras. A jogatina é um câncer social que vicia! O Brasil, um país respeitável, ficaria nas mãos da jogatina e suas tragédias. Há muitos banqueiros insistindo em trazerem de novo este câncer, que é a jogatina numa hora em que o nosso País mais precisa é de muito trabalho para sair do atoleiro em que o meteram nesses últimos 20 anos.

Em boa hora, há 70 anos o General Eurico Gaspar Dutra, em regime democrático, numa penada que o consagrou para sempre como um cidadão de valor, acabou com os cassinos e a jogatina que então imperavam no Brasil, livrando nosso País de mais essa desgraça. O governo que permitir a volta dessa coisa horrenda à nossa terra ficará marcado para sempre com o passar do tempo e as desgraças começarem a se amontoar. Vejamos as palavras do General Eurico Gaspar Dutra, quando terminou com o jogo no nosso País: "voltamos à tradição moral, jurídica e religiosa do brasileiro, incompatível com os jogos que são nocivos à moral e aos bons costumes, que os povos cultos não os toleram, e que reprimi-los é um imperativos da consciência universal".